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Crítica | Prison Break: 5ª temporada


"Seu pai era como uma tempestade e as tempestades sempre podem voltar", é com esse dilema que a quinta temporada de Prison Break começou, anunciando desde o primeiro trailer que Michael Scofield (Wentworth Miller) não teria morrido como aparentava, e na verdade estava vivo numa prisão do Iêmen. O novo ano da série trouxe de volta alguns rostos conhecidos, o criador da série como showrunner novamente, e até mesmo a essência que as outras quatro temporadas - mais especificamente a primeira - tinham. Entretanto, apesar dos rostos famosos e de uma trama que siga o estilo clássico da série, a quinta temporada não convence da maneira que deveria e mais parece uma temporada pensada em uma reunião de emergência financeira da Fox.


A história se passa alguns anos após a suposta morte de Michael: Sara (Sarah Wayne) agora está casada com Jacob (Mark Feuerstein), enquanto Lincoln Burrows (Dominic Purcell) volta a ter uma vida não muito honesta, trabalhando como motorista para um grupo nada confiável. T-Bag (Robert Knepper), nesse ínterim, recebe a informação de que Scofield não está morto, mas sim preso numa penitenciária no Iêmen. Depois de levar essa informação a Lincoln e convencê-lo de que a foto que recebeu de seu irmão é real, eles se juntam a C-Note (Rockmond Dunbar) e vão para o Iêmen em busca de Michael, sem saber que estão entrando em meio a uma zona de guerra entre terroristas e autoridades locais.


Uma coisa nessa nova temporada é certa: a fórmula que tornou a série tão famosa está presente. Os planos mirabolantes e muito bem engenhados por Michael voltam, as constantes reviravoltas e os conflitos intermináveis também. Porém, a produção da série caiu drasticamente. Isso pode ser percebido de maneira sutil desde o primeiro episódio da nova temporada, em que há uma cena de luta extremamente mal coreografada, e só vai piorando conforme perseguições de carro mostram-se pessimamente filmadas durante a temporada, explosões mais parecem feitas no paint e as lutas continuam mal coreografadas no decorrer dos episódios.


Além disso, a preocupação com o roteiro é bem pequena. Por mais que a explicação pelo retorno de Michael seja bem desenvolvida, ela é pífia e incompleta. E não é só isso: os diálogos beiram o ridículo e todas as reviravoltas da série - que em temporadas passadas poderiam ser bastante surpreendentes - agora são totalmente previsíveis, inclusive a identidade do verdadeiro vilão da temporada.


É fato que a redução de episódios favorece o dinamismo da série, fazendo com que fique muito mais frenética, mas os roteiristas não usam isso a seu favor no quesito criativo, fazendo com que os personagens não evoluam em momento algum. A volta de rostos conhecidos é nostálgica e agradável para o fã mais antigo, mas ainda assim a série não desenvolve muito bem nenhum dos personagens principais, com exceção de T-Bag.


Contudo, todos os conceitos que tornaram Prison Break amada por tantos estão nessa nova temporada. A expectativa para a fuga dos carcereiros é bem criada e a frustração nos momentos em que as coisas dão errado é bastante sentida. Ademais, mesmo que os personagens não sejam muito bem construídos, apegar-se a eles é inevitável para os que lembram como foi difícil ver Michael dizendo adeus e sua família terminando a quarta temporada tão tristonha, apesar de todas as muitas conquistas dos protagonistas.


A quinta temporada de Prison Break chega para matar as saudades de personagens queridos para os fãs. Apesar de ser uma temporada bem abaixo do nível de qualidade esperado, ver rostos conhecidos é sempre bom quando eles não perdem a essência. Porém, a volta da série parece muito gratuita, mais atrelada a motivos financeiros e executivos do que criativos, talvez seja por isso que o novo ano chega tão desgastado. Prison Break parece que parou no tempo: no momento atual, com os serviços de streaming entregando séries muito mais bem escritas, a série da FOX parece saturada e mais remete a uma fanfic do que uma verdadeira continuação. Parar no tempo é bom em alguns casos, mas a série precisa muito crescer e se adaptar se realmente quiser continuar agradando fãs que estão cansados de ver a mesma coisa sempre.



Produção: Fox


Showrunner: Paul Scheuring


Elenco: Wentworth Miller, Dominic Purcell, Sarah Wayne, Robert Knepper, Rockmond Dunbar

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