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Crítica | A Forma da Água


Uma princesa muda que trabalha como faxineira e um “príncipe” semelhante à criatura do clássico “O Monstro da Lagoa Negra” de 1954, esses são os protagonistas no romance do mais novo longa de Guillhermo Del Toro, um filme que vai ser considerado um tanto quanto peculiar para alguns, mas ainda sim, brilhante, emocionante e emotivo.


A história do longa se passa na década de 1960, em plena Guerra Fria e acompanha Elisa Esposito (Sally Hawkins), uma faxineira do Centro de Pesquisa Aeroespacial dos EUA, que perdeu suas cordas vocais quando ainda era um bebé. Certo dia, uma estranha criatura bípede e anfíbia chega ao laboratório do local e Elisa começa a se comunicar e desenvolver um relacionamento com a criatura.


Em todo seu decorrer, o filme “flutua” entre alguns gêneros, como, romance, suspense, comédia, aventura e não se perde em parte alguma, essa mistura deixa o filme se focar em um extremo, sendo ousado ao praticar essa alteração entre gêneros. Em certo momento, estamos rindo em um dos comentários de Zelda sobre o marido, em outro, explorando a interação entre o monstro e Elisa.


Além de abordar diversos gêneros, o filme explora diversos temas, como, a solidão, a aceitação do diferente, a superação e um romance que, para muitos, pode ser peculiar, tudo isso sem forçar nenhum desses temas, apenas mostrando que não se trata de apenas mais um filme vazio (como muitos por ai). Mas sim, um que se pode refletir e debater relacionando os temas à assuntos atuais.


Outro ponto forte do filme, é sua direção de arte e maquiagem. A ambientação, caracterização dos personagens, etc, está tudo impecável. Mas, não há como negar que a criatura é o centro das atenções em todas as cenas em que aparece, ela é visualmente perfeita em seus mínimos detalhes que parece ser real, mas, é claro que esse destaque, também, é devido a mais uma notável atuação de Doug Jones.


Em relação as atuações, todos os atores se saem bem em seus respectivos papéis, mas, além de Doug Jonas como criatura, quem merece uma salva de palmas é Sally Hawkins. Mesmo ambos se expressando por gestos, conseguem transmitir suas emoções com clareza, como, cenas em que é possível “sentir” a angustia e a solidão de Elisa, apenas por expressões faciais, algo muito bem trabalhado por Del Toro com seus atores.


A direção de Guillhermo é impecável, o jeito que ele te apresenta aos cenários, aos personagens; os movimentos de câmera que usa; a trilha sonora que acompanha e define a emoção das cenas, tudo executado de uma forma genial pelo, além de diretor, produtor e roteirista do longa.


Uma coisa que talvez incomode aqueles que forem assistir ao longa é seu ritmo lento em algumas partes e sua duração de duas horas e três minutos, mas nada que estrague a experiência cinematográfica que é “A Forma da Àgua”.


Del Toro “simplesmente” conseguiu repetiu seu feito alcançado com “Labirinto do Fauno” e elaborou uma nova obra prima, com seu toque único, peculiar e memorável.


Direção: Guillhermo Del Toro

Elenco: Sally Hawkins, Octavia L. Spencer, Doug Jones

Gênero: Romance, Suspense, Comédia, Aventura

Duração: 2h 03 min

Distribuição: Fox Filmes

Lançamento: 01 de fevereiro de 2018

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