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Crítica | It: A Coisa


Como vem sido observado ao longo dos anos, um grupo de crianças carismáticas e determinadas a solucionar um problema de grandes proporções parece ser algum tipo de fórmula para uma narrativa de sucesso no cinema, livros e até mesmo na televisão. Drama, aventura, ficção científica, entre outros gêneros, já foram marcados por histórias nesse estilo, sempre funcionando muito bem. Com a chegada de It: A Coisa, fica evidente que essa mesma “fórmula” pode ser perfeitamente aplicada à uma história de terror.


Baseada no romance homônimo do mestre do terror Stephen King, It: A Coisa conta a história de sete amigos, os quais auto intitulam-se “O Clube dos Perdedores”, que se veem obrigados a enfrentar a figura demoníaca de um palhaço chamado Pennywise, que muda de forma e se alimenta do medo de crianças (a tal “Coisa”), e desta forma, cria uma onda de desaparecimentos de crianças na pacata cidade de Derry. Na verdade, o filme é a segunda adaptação da obra de King, sucedendo o telefilme de 1990 (It: Uma Obra Prima do Medo). Entretanto, diferentemente do filme antigo, a versão recente é, sem dúvidas, muito mais sombria e aterrorizante.


Por outro lado, o que faz de It um grande filme de terror é justamente a parte que deixa de fora tudo o que está relacionado com o sobrenatural. Os protagonistas do filme transparecem carisma do início ao fim. A química entre os membros do “Clube dos Perdedores” é muito bem construída, e faz com que o espectador se sinta apegado aos personagens e se divirta o tempo todo com piadas sem graça feitas pelo grupo de pré-adolescentes. Os atores são excelentes, com destaque para Sophia Lillis e Finn Wolfhard (Stranger Things), que interpretam respectivamente, Beverly Marsh e Richie Tozier. Lillis é a única garota do grupo, se mostrando, no final das contas, a mais forte e determinada dos “Perdedores”, com uma das histórias mais traumatizantes. Já Wolfhard se destaca por ser o maior alivio cômico do filme, com piadas típicas de garotos de sua idade. A combinação entre o grupo de crianças, que enfrentam problemas típicos do cotidiano, com cenas amedrontadoras recheadas de violência (por parte de Pennywise), faz com que It seja uma mistura perfeita entre Stranger Things e A Hora do Pesadelo (1986).


Bill Skarsgård se mostra um Pennywise digno. Os trejeitos do ator incorporados ao palhaço fazem com que o vilão seja aterrorizante na medida exata. Porém, vale ressaltar de que It não é feito com a intenção de tirar o sono dos espectadores. Apesar de originais e muito bem dirigidas, as cenas são focadas nos medos dos protagonistas, causando não medo, mas sim, um desconforto psicológico no espectador. O filme soube como desenvolver aspectos típicos do terror trash e trabalha-los de forma que não parecessem ridículos. Uma jogada genial do diretor argentino Andrés Muschietti é colocar os medos enfrentados diariamente pelos personagens no mesmo nível de Pennywise. Bullying, abusos sexuais, etc, são também grandes vilões do filme. É impossível não mencionar aqui a cena em que Beverly tenta fugir de seu pai, se trancando no banheiro de casa. Sem o elemento sobrenatural envolvido, O Sr. Marsh é colocado no papel do antagonista, e a cena é construída como qualquer outra perseguição típica dos filmes do gênero, criando a tensão necessária para que, quem estiver assistindo, se coloque na pele da garota.


O filme diverte e se mostra uma das experiências mais fantásticas dos últimos anos para os amantes do gênero. Acompanhar a batalha do “Clube dos Perdedores” contra Pennywise e, ao mesmo tempo, contra os diversos obstáculos no caminho da transição da vida infantil para a vida adulta é, com certeza, algo que irá fazer qualquer um flutuar e esperar ansiosamente a sequência para poder rever o grupo em ação contra o icônico palhaço do mal.



Direção: Andrés Muschietti


Elenco: Bill Skarsgård; Finn Wolfhard; Sophia Lillis;Jaeden Lieberher


Distribuição: Warnner

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