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Review | Assassin's Creed: Origins

  • Mateus Santos
  • 17 de nov. de 2017
  • 5 min de leitura

A franquia de games de Assassin's Creed foi definitivamente um marco para a indústria dos videogames. A mecânica de jogabilidade que ficou consolidada por anos afins e as tramas envolvendo divindades e plots políticos em épocas distintas, com figuras conhecidas do grande público foram alguns dos motivos que faziam os jogadores prestarem atenção à saga de jogos. Entretanto, com o passar do tempo, Assassin's Creed caiu em uma roda infinita de repetições. Depois de a Ubisoft repensar para onde levaria as rédeas dos games, eis que chega Assassin's Creed: Origins, dando um novo respiro a uma franquia que parecia, até o momento, sem fôlego.


O tema de exploração da vez é o Egito Antigo. O protagonista é Bayek de Siuá, o último Medjai - protetor do povo - da história. A trama se inicia de maneira abrupta mostrando Bayek partindo em busca de uma jornada de vingança depois que homens de uma seita conhecida como a Ordem assassinam seu filho. A partir de então, o Medjai abandona seu posto e trilha seu próprio caminho tentando encontrar os responsáveis daquele dia.


Um jogo desafiador


Para os veteranos da franquia, o jogo pode parecer extremamente estranho logo de início. Isso porque o sistema de combate foi totalmente modificado, com a intenção muito clara de deixar o jogo mais desafiador - e isso funciona bem. Em vez daquele clássico em que o jogador só precisava segurar o botão de guarda e contra-atacar quando o controle vibrasse, agora algumas estratégias são necessárias. O botão de ataque pesado foi inserido e pela primeira vez na franquia a esquiva e a defesa são realmente essenciais se você planeja sobreviver.


Além disso, as clássicas invasões de forte não são mais tão simples quanto antigamente. Se fosse algum jogo anterior, você precisava simplesmente se infiltrar e caso desse errado, lutar contra quantos guardas fossem necessários. Bom, as coisas mudaram e caso aconteça de a invasão dar errado, talvez seja necessário que você fuja. Isso porque além de a dificuldade aumentar no geral, fazendo com que a inteligência artificial seja, de fato, inteligente, em Assassin's Creed: Origins um sistema de níveis foi implementado e ele realmente é importante - não inútil como em Assassin's Creed: Unity, por exemplo.


Com a implementação desse sistema - que exige que o jogador faça missões secundárias a fim de que as missões principais possam ser realizadas de maneira mais tranquila -, o jogo mais remete a um RPG como The Withcer 3 do que a um jogo de Assassin's Creed propriamente dito. A necessidade de ter que upar para conseguir evoluir seu personagem, melhorar suas habilidades - dividas em três categorias: caçador, guerreiro e vidente - faz com que o jogo tenha as melhores peculiaridades de um game de RPG. Além, é claro, de o stealth ser essencial para que os jogadores tenham sucesso em suas invasões.


Explorar o Egito é realmente divertido


Em Assassin's Creed: Origins, outra mudança realmente significante é o fato de que as missões secundárias realmente têm relevância agora. Em jogos passados - com exceção talvez de Black Flag e os com Ezio como protagonista -, as missões paralelas funcionavam como um complemento simplista, com missões bestas e dispensáveis. Agora, em Origins, as missões secundárias ganham um novo escopo e têm sua própria importância no game.


Certos personagens encontrados durante a campanha principal tem sua história encerrada - sempre com muito cuidado - em missões secundárias. Além disso, é possível que fazendo uma missão paralela você acabe matando algum objetivo da campanha principal. Em determinado momento da campanha principal deste jornalista que vos fala, um personagem pediu para eu assassinar o capitão de um forte. Por algum motivo, eu já o havia feito em uma missão secundária e a inteligência artificial compreendeu imediatamente isso e uma cutscene começou com Bayek explicando que já havia terminado a tarefa. Coisa de encher os olhos.


Além disso, essas missões servem de incentivo para explorar tudo o que o Egito Antigo tem a oferecer. As pirâmides, como já era de se esperar, possuem missões especiais e todas muito recompensadoras, tanto no aspecto de jogabilidade, quanto nas recompensas propriamente ditas ao seu personagem e seu arsenal de itens. A utilização de Senu, a águia de Bayek, também facilita na exploração do mundo aberto gigantesco à disposição.


Uma trama de origem simplista


Para os que esperavam diversos plot twists mostrando a origem dos assassinos, a trama pode decepcionar um pouco. No contexto geral, não inova muito, trazendo então mais um assassino em busca de vingança, e para completar sua missão ele precisa matar um grande número de personagens (clássico). Entretanto, é interessante notar como pequenos elementos em tela servem para mostrar a origem de fato do credo dos assassinos.


Ver como começou o ritual de cortar fora o dedo anelar dos assassinos, por exemplo, é bastante gratificante. Ainda assim, os fan services acabam ficando apenas para os últimos trinta minutos de jogo e acabam soando gratuitos. Até mesmo a frase que Ezio Auditore usa quando mata seus inimigos - requiescat in pace - tem uma determinada origem no jogo, e tudo acaba parecendo forçado demais.


Na realidade, a verdadeira origem começou pela sede de vingança de um homem e ponto final. Assim como já era esperado, sem grandes surpresas ou uma grande trama oculta por trás. No fim, o que fica é a ideia de que um assassino precisa abdicar de seus quereres para se dedicar a fazer o bem comum.


Adeus, Desmond Miles


Finalmente a franquia voltou a apresentar um protagonista de peso no presente. Desde que Desmond Miles se sacrificou pela terra em Assassin's Creed 3, a série de jogos tinha deixado totalmente de lado os desenvolvimentos no tempo presente, com protagonistas completamente genéricos, sem rosto ou personalidade.


Layla assume o papel deixado por Desmond. Ela é uma funcionária da Abstergo, mas não sabe todo o complô templário por trás da organização e resolve entrar no Animus independentemente, indo desvendar o passado dos assassinos.


Apesar de pouco explorada - tendo três ou quatro momentos de destaque durante todo o jogo -, ela consegue adicionar certas peculiaridades na trama que não eram vistas desde a época de Desmond. Mais uma vez, em determinados momentos, parece meio gratuito, mas no geral funciona quando pensado no escopo maior de toda a mitologia, principalmente por conta da deixa no final do jogo de que Layla provavelmente estará nos próximos games da franquia.


Sem dúvida nenhuma Desmond continua sendo uma grande ausência, mas pela primeira vez em muito tempo, o presente em Assassin's Creed volta a ter determinada importância e uma trama política que pode se desenvolver bastante futuramente.


Um novo passo para a série


Apesar de ser um jogo de origem, a ideia que fica é que Assassin's Creed: Origins é o primeiro jogo desde Black Flag que realmente traz alguma inovação quando se trata de jogabilidade e sistemas mecânicos em relação a evoluir o personagem e seu arsenal - talvez o fato de ser o mesmo diretor tenha algo a ver com isso. Unity e Syndicate têm seus méritos, mas foram jogos fáceis e esquecíveis na cronologia.


Esse novo capítulo adere tanto no momento presente em que o jogo se passa, quanto no passado, explorando o Egito Antigo da melhor maneira possível. Mesmo que a história seja simples e mais funcione como desculpa para se passar tão previamente na cronologia, o jogo agrada bastante e mostra o potencial da saga de jogos. Depois de nove jogos para consoles, Assassin's Creed, surpreendentemente, ainda encontra suspiro para levar adiante a história dos assassinos e dos templários de maneira satisfatória.




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