Crítica | O Motorista de Táxi

O cinema sul coreano é realizador de diversos filmes de diferentes gêneros, e, em sua maioria, são bem avaliados, tanto que alguns, como, Old Boy (2003) e Casa Vazia (2004) venceram prêmios fora de seu continente. O Motorista de Táxi tenta alcançar o mesmo patamar desses filmes, mas falha ao se desvirtuar no desenrolar da trama.
O longa que é baseado em fatos que ocorreram nos anos 80, na Coreia do Sul e em seu desenrolar, acompanhamos um conservador taxista coreano da cidade de Seul, Kim Man-Seob (Song Kang-ho), que se encarrega de levar Peter (Thomas Kretschmann), um repórter alemão, para a cidade de Gwangju. Kim só está pensando no dinheiro envolvido no transporte para pagar suas dívidas e não tem noção, mas, em Gwangju está ocorrendo uma forte opressão do governo contra a população que é contra a ditadura instaurada no país e, devido a censura que o povo sofre, Peter com sua filmadora, se torna a esperança de todo um povo para que o mundo compreenda o que realmente está ocorrendo na Coréia do Sul.
O enredo, mesmo sendo simples, consegue se desenvolver e consegue comover em diversas partes, um exemplo é quando mostra o drama das pessoas de Gwangju e sua luta por uma esperança, liberdade, mesmo sendo apenas uma cidade contra um país inteiro, eles não pensam em desisti. Essa atmosfera criada pelo filme é realmente tocante e comovente.
Song Kang-Ho e Thomas Kretschmann, respectivos taxista e repórter, são excelentes em seus papéis, onde, convencem em suas atuações, sem beirar algo forçado, transpassando uma emoção comovente ao espectador.
Mesmo tendo pontos fortes, o longa tem dois problemas que podem ter pesado para não alcançar o patamar já citado, sendo eles, a sua (desnecessária) duração de 2h 17 min e sua ousada, porém falha apoderação de elementos de ação, como, a supérfula cena de perseguição na estrada (que anda de mãos dadas com Velozes e Furiosos), que se desconexa totalmente da proposta do filme.
O Motorista de Táxi ao abordar o fato histórico por trás da história do filme, acerta em cheio, emocionando, mas ao apelar para cenas ficcionais que beira Velozes e Furiosos, para, talvez, atrair um público maior e ter uma duração, extensa e desnecessária, o longa acaba sendo apenas mais um em meio a um mar de opções.

Direção: Jang Hun
Elenco: Song Kang-Ho, Thomas Kretschmann, Hae-jin Yoo,
Gênero: Drama, Histórico, Ação
Duração: 2h 17 min
Distribuidora: California Filmes
Data de lançamento: 11/01/2018 (Brasil)